domingo, 8 de novembro de 2009

as letras

Escrever para mim durante o tempo de colégio era torturante. Minha pior nota, meu pavor de prova de redação. As mesmas críticas e correções da professora: falta Coerência, falta coesão. E lá diabos sabia eu que signifava Coesão e coerência com meus doze aninhos? eu só sabia o significado das regras do basquete e do horário de ir para a escola. E já bastava.
Cresci então me apaixonando pela admiração (leitura) das letras e tendo pavor a produção das mesmas. Paradoxal, não? dizem que bons leitores dão em bons escritores. hum..suspeito.

Ultimamente tenho adotado outra filosofia. "a prática leva a perfeição". Por tempos escuto elogios "oh, você certamente tem facilidade com idiomas! aprende fácil". Oh, certamente que não! é suado sabiam? são horas e horas repetindo, repetindo, errando, insistindo. ME custa muito, oras! O caso é que me apetece muito aprendê-los, disponho-me mais para tal ato. Aprendo por teimosia, é difícil para mim também. Quantas vezes quis chorar por ter dificuldade na pronúncia do espanhol? Para falar "reloj" corretamente levei quase dois anos! facilidade? facilidade tem esse povo estrangeiro que vem pro BRasil e aprende português "de ouvido". Faça me o favor! em dois meses eles já formam frases e eu pastando anos para pronunciar simples palavras em outros idiomas.

Retorno à filosofia. Creio que a excelência em qualquer coisas se faz através da prática. Fazer e refazer e insistir e errar de novo e de novo até que uma hora sai! Até parece que eu com meus doze anos imaginar-me-ia cursando Letras! Bela anedota! nunquinha! Pois então,me vingo das antigas professoras: minha redação passou pelo julgamento dos corretores da Fuvest. :-P mostro a língua para todas as minhas antigas notas abaixo da média que abaixam também minha moral.

Atualmente escuto que tenho escrito diferente. Márcia, minha amiga do tempo do trabalho OCA, comentou que tenho atentado mais ao linguajar dos emails, que tenho escrito "mais bonito". Nossa, como isso me faz feliz! é um esforço, como já comentei. O caso é que sou por demais direta, concisa e "enxuta". Introdução pra mim é uma grande "embromation", gosto de ir ao assunto bem na testa dele. Nada de ficar massageando as costas do tema, perguntando se a mãe passa bem (risos). As provas uspianas têm-me feito respirar fundo para escrever e ter calma nas preliminares textuais.

Hoje começo um trabalho para Estudos Literários. Farei uma análise de um capítulo do livro Lord Jim de Joseph Conrad. pede-se de cinco a oito páginas o que eu poderia sintetizar rapidamente em meia dúzia de frases. Oh, Senhor do Anéis. Ele sabe o quanto me custa "encher linguiça", o quanto me chateiam irritantes tergiversações*. Ufa. Aprendi no entanto que estando no Inferno é preciso falar a língua do Capeta.[ Foi um exemplo infeliz, também acho, não me veio, porém, nada melhor à mente. ] Escrever para mim tem sido como aprender um ofício braçal. Devagar e sempre. Molha-se a argila, amassa, amassa, puxa, bate, molda, põe no forno, queima o vaso :-( e teimosamente volta-se ao começo do ciclo. Uma hora sai. Ah, sai!

Pelo menos, creio que enchi linguiça bem hoje aqui no blog. risos. Lição de casa feita. Boa semana procês. ;-)

*tergiversações: rodeio, desvio. aprendi hoje e queria demais utilizar-me da nova palavra.

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