sábado, 21 de abril de 2012

Delírio

Eis que acordo no meio da confusão barulhenta da sexta feira à noite com o telefone. Penso, reluto, quero dormir. Tá, vou ver. Ela. Tão bêbada quanto eu, tão carente quando eu e claro, tão louca quanto. Talvez seja justamente por tudo isso que nos atraímos.
Bêbada, brava e falando um inglês que eu nunca tinha escutado antes. Aquele inglês da segunda garrafa de vinho que todo mundo aprende a falar de repente. Ela busca compreensão e talvez um pouco de diversão na sua noite frustada e eu, muito encanta, lhe dou. Lhe dou e rio junto, como crianças rodando numa cirando e cantando uma música que não sabem o fim e vão inventado como cantá-la. Divertido e insano.
O gosto de cerveja e o sono me atrapalham até o momento que eu preciso dormir apesar de querer continuar o colóquio inapropriado e indecente.
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Desperto no horário esperado. Inspirada. Ainda com o gosto da maldita cerveja na boca. Já tinha me prometido não beber cerveja!
Sento ao computador e lá está: Pêlo de gato. Pêlos de gato são como Deus: onipresente. Dois meses e meio depois de algumas boas faxinas e ainda encontro pêlos de gatos. Principalmente nas roupas. Eles riem de mim. Afinal houve SIM um gato, ou melhor, um gata. E houve sim um motivo para essa gata ter existido nesse apto perdido no centro da cidade: ELA.