segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

escureceu

E eis que escureceu
ecoou nos olhos e na garganta
o ponto interno reluzente

luz luz luz
Mas ela só queria
o esquecer da escuridão

O aconchego do não
do acabou
só queria assistir o balé de nada

onde desliga o botão

Silêncio

Extraído do Folder da Peça de mesmo nome que assisti sábado.

"O silêncio e o mutismo têm um significação muito diferente. O silêncio é um prelúdio de abertura à revelação, o mutismo o impedimento à revelação, seja pela recusa de recebê-la ou de transmiti-la, seja por castigo de tê-la misturado à confusão dos gestos e das paixões. O silêncio abre uma passagem, o mutismo a obstrui. Segundo as tradições, houve um silêncio antes da criação; haverá um silêncio no final dos tempos. O silêncio envolve os grandes acontecimentos, o mutismo as oculta. Um dá às coisas grandeza e majestade; o outro as deprecia e degrada. Um marca um progresso; outro, uma regressão. O silêncio, dizem as regras monásticas, é uma grande cerimônia. Deus chega à alma que faz reinar em si o silêncio, torna mudo aquele que se dissipa em tagarelice e não penetra naquele que se fecha e se bloqueia no mutismo."

Jean Chevalier e Alain Gheerbrant
Dicionário dos símbolos